Identificação com a Nação

Há tempos o futebol tornou-se um verdadeiro comércio. Jogadores que se destacam e treinadores que fazem bons trabalhos, sempre visam propostas que os levem embora do nosso futebol.

Talvez seja por isso que hoje não vemos mais jogadores que se identifiquem tanto com um clube, como no passado. Quando falamos em Zico, lembramos do Flamengo, da mesma forma que falamos de Roberto Dinamite e lembramos do Vasco. Cabe ainda citar o Mané Garrincha nos bons tempos do Botafogo.

Vimos no domingo, em plena Vila Belmiro, na histórica vitória sobre o Santos, alguém que mostrou ser um apaixonado pelo Flamengo. Andrade, como o mesmo disse, é um “nascido e criado” na Gávea. Trata-se de um profissional que há anos acompanha os jogadores que entram e saem do time, por isso conhece cada um deles.

Diante dos atletas está um dos campeões do Mundial em 1981, que foi o maior título da história do clube. Existe no mercado alguém que inspire mais os rubro-negros, que se identifique tanto com a torcida e que tem o apoio da maioria? Na minha opinião, não. Parreira, Sérgio Guedes, Leão, Mancini, etc, não vão resolver, além de não terem uma história gravada na Gávea.

O novo vice de futebol, que quer mostrar pulso firme, tem que entender que ele é um representante da Nação, que parece, na sua maioria, já ter escolhido quem deve guiar, ou melhor, continuar a frente da equipe. Todas às vezes que foi requisitado, Andrade deu conta do recado, por isso dêem a um rubro-negro a oportunidade de realizar o sonho de ser um treinador vencedor, pois como jogador ele sempre dispensou comentários. O futebol carioca precisa da arrancada do time rubro-negro.

Por William Von-Held