No começo do ano parecia tudo certo: mantida a base do time vice-campeão brasileiro, reforços de peso como Alex Mineiro, Maxi López, Herrera e Jadilson, e uma Libertadores pela frente. Veio o Gauchão, e três derrotas seguidas em Gre-Nadas, que culminaram com a eliminação do Imortal da competição - que não vale nada mesmo -, decretaram o fim da Era Celso Roth no Olímpico. Acabava então, o único problema dos gremistas: o técnico perdedor que tínhamos.
A Liberadores estava moleza. Caímos em um grupo ridículo, juntamente com o Boitatá Chicó, o time da empresa de presunto Aurora e o único time que não era de pelada dentre nossos adversários, o Universidad de Chile. Com 5 vitórias e 1 empate, somamos 16 pontos, a melhor pontuação da fase de grupos, e nos tornamos "os melhores da América". Essa condição nos privilegiava de ir sempre enfrentando os adversários mais fracos, enquanto a competição não afunilava. Passamos sem dificuldades pelo fraco time de estudantes de Odontologia da Universidad de San Martin, no Peru - repare que o mascote desse grande time era um DENTE -, e depois eliminamos, com dois empates, o Caracas, da Venezuela. Caracas, que sufoco foi para eliminar esses caras! Estava no Olímpico, sob um frio de quase três graus, e vi meu querido tricolor passar suado - se é que dava pra suar com aquele frio - pelo fraco time da terra de Hugo Chavez. Ali percebi que alguma coisa não tava certa.
Na semi-final, o primeiro desafio: Cruzeiro. Enfrentaríamos, pela primeira vez no ano, um time qualificado, já que o InterMunicipal não pode ser chamado de "time", e não estávamos com o foco no Brasileirão, onde já tínhamos jogado algumas partidas. A equipe gremista já estava sob o comando do técnico Paulo Autuori, tão esperado no Olímpico para substituir o carismático interino Marcelo Rospide, carinhosamente apelidado de Marcelo "Rosbife". Contra o Cruzeiro, decepção. Fomos ao Mineirão conscientes de que precisávamos de um bom resultado, para definir a vaga em casa, onde somos monstros! O Cruzeiro fez um, fez dois, fez três, e ali vi a Libertadores indo pelo ralo. Showza, então, nos presenteou com um belo tento de falta, nos botando de novo na briga. Ainda no Mineirão, o volante celeste, Elicarlos, insinuou que Maxi López, o nosso querido La Barbie, o chamou de macaco. Se chamou ou não, eu não sei, o que sei é que achei que aquilo ali, aquele episódio de confusão, de polícia e bofetões, teria acordado o Grêmio de que aquilo ali era LIBERTADORES! Mas não acordou, e no Olímpico, não passamos do 2x2 e demos adeus à "La Copa".
Nos sobrou o Brasileirão, e era aí que eu queria chegar, para fazer jus ao título desse texto.
Primeiro uma análise rápida do Grêmio pós-Libertadores:
O time migrou do 3-5-2 do Celso arROTHo para o 4-4-2 do Autuori, e deu um salto de qualidade. O time titular do Grêmio é forte, e temos boas opções no banco. Para o gol, temos o melhor do Brasil, nossa muralha Victor (quem viu a goleada no Flamengo sabe do que eu estou falando). Os entrosados Léo e Réver nos dão segurança na zaga, sendo o segundo, em minha humilde opinião, o zagueiro em melhor momento no país. Além disso ainda temos o experiente Rafael Marques para o setor. Nas laterais, temos Joílson, ex-Botafogo, para a direita, Fábio Santos, Jadilson e Lúcio - nosso foguete recém-contratado de volta -, para a esquerda. Na volância, nosso alemão Adilson não deixa a desejar na marcação, e ainda contamos com a experiência de Túlio, também ex-Botafogo, a velocidade e garra de Makelele e o nosso bom volante William Magrão, que estará de volta em breve. Na meia-cancha, Tcheco e Souza, experientes e bons de bola, dão um toque de qualidade na equipe. Douglas Costa, nossa jóia da base, e o menino Mithyuê (aquele mesmo, do futsal), são opções mais jovens e mais velozes para o nosso meio. Além dos quatro, o meia canhoto ex-Ponte, Renato, foi contratado. Para o ataque, Maxi López, nosso herói de madeixas louras, seu compatriota Herrera, o também gringo Perea, Jonas, Ricardo (promessa vinda do Londrina), e o recém-contratado (ainda não 100% confirmado até o fechamento do texto) Leandro, ex-Flu e São Paulo, dão opções de sobra para o técnico Paulo Autuori montar o ataque. Para completar, nossos garotos da base: os goleiros Marcelo e Alessandro; os zagueiros Mário Fernandes, Thiego e Saimon; os laterais Sérgio, Spessatto e Bruno Collaço; os volantes Julio César e Maylson; o meia Isael; e o atacante Roberson.
Ufa, quanto jogador! E bons jogadores, por sinal. Somado a um técnico que traz na bagagem 1 Mundial, 2 Libertadores e 1 Brasileirão.
Agora, a pergunta é: Se o Grêmio tem um bom grupo, e um bom técnico, por que está no meio da tabela?
A resposta, caro amigo, está no título deste texto. Porque o Grêmio joga dois campeonatos: um em casa, onde é líder; e outro fora, onde é um dos rebaixados. No Olímpico, é vitória atrás de vitória: goleamos Flamengo, Corinthians, Cruzeiro, Atlético Paranaense, vencemos Gre-Nada; enfim, fizemos valer nossa invencibilidade em solo tricolor que já dura quase um ano. Longe do Rio Grande, aí sim é um tormento. Derrotas para Avaí, Coritiba, Sport e outros sub-times afins, minam nossas chances de voltar à Libertadores.
A torcida, por sua vez, se acomoda diante de tal situação. Comemora quando o time vence no Olímpico sempre cheio e em festa. E essa comemoração dura até o meio da semana, quando vamos jogar fora e levamos chibatada atrás de chibatada. Aí o torcedor percebe que o time não tem raça, não tem a garra dos pampas, a garra característica do Tricolor de Danrlei, Dinho, Arilson, Sandro Goiano! Só que essa reflexão de que nosso time precisa de algo mais só dura até o próximo jogo em casa, quando vencemos de novo, e tudo vira festa. E é esse ciclo vicioso que tem nos deixado sempre rodeando o meio da tabela, que não nos leva a lugar nenhum, senão à Copa do Brasil.
E é assim, perdendo nossas características, que, se ainda existentes em um falecido Grêmio Imortal, somadas à qualidade do grupo tricolor, trariam todas as taças para o Olímpico, que vamos nos conformando em ficar atrás de clubes sem expressão como Barueri, Avaí e Goiás.
Não pensei que viria um Grêmio assim. Já vi times ruins, mas no Grêmio, não me acostumei a ver times apáticos. Espero que os bons tempos voltem!
Filipe Rangel, Imortal Tricolor desde os quatro anos de idade.
A Liberadores estava moleza. Caímos em um grupo ridículo, juntamente com o Boitatá Chicó, o time da empresa de presunto Aurora e o único time que não era de pelada dentre nossos adversários, o Universidad de Chile. Com 5 vitórias e 1 empate, somamos 16 pontos, a melhor pontuação da fase de grupos, e nos tornamos "os melhores da América". Essa condição nos privilegiava de ir sempre enfrentando os adversários mais fracos, enquanto a competição não afunilava. Passamos sem dificuldades pelo fraco time de estudantes de Odontologia da Universidad de San Martin, no Peru - repare que o mascote desse grande time era um DENTE -, e depois eliminamos, com dois empates, o Caracas, da Venezuela. Caracas, que sufoco foi para eliminar esses caras! Estava no Olímpico, sob um frio de quase três graus, e vi meu querido tricolor passar suado - se é que dava pra suar com aquele frio - pelo fraco time da terra de Hugo Chavez. Ali percebi que alguma coisa não tava certa.
Na semi-final, o primeiro desafio: Cruzeiro. Enfrentaríamos, pela primeira vez no ano, um time qualificado, já que o InterMunicipal não pode ser chamado de "time", e não estávamos com o foco no Brasileirão, onde já tínhamos jogado algumas partidas. A equipe gremista já estava sob o comando do técnico Paulo Autuori, tão esperado no Olímpico para substituir o carismático interino Marcelo Rospide, carinhosamente apelidado de Marcelo "Rosbife". Contra o Cruzeiro, decepção. Fomos ao Mineirão conscientes de que precisávamos de um bom resultado, para definir a vaga em casa, onde somos monstros! O Cruzeiro fez um, fez dois, fez três, e ali vi a Libertadores indo pelo ralo. Showza, então, nos presenteou com um belo tento de falta, nos botando de novo na briga. Ainda no Mineirão, o volante celeste, Elicarlos, insinuou que Maxi López, o nosso querido La Barbie, o chamou de macaco. Se chamou ou não, eu não sei, o que sei é que achei que aquilo ali, aquele episódio de confusão, de polícia e bofetões, teria acordado o Grêmio de que aquilo ali era LIBERTADORES! Mas não acordou, e no Olímpico, não passamos do 2x2 e demos adeus à "La Copa".
Nos sobrou o Brasileirão, e era aí que eu queria chegar, para fazer jus ao título desse texto.
Primeiro uma análise rápida do Grêmio pós-Libertadores:
O time migrou do 3-5-2 do Celso arROTHo para o 4-4-2 do Autuori, e deu um salto de qualidade. O time titular do Grêmio é forte, e temos boas opções no banco. Para o gol, temos o melhor do Brasil, nossa muralha Victor (quem viu a goleada no Flamengo sabe do que eu estou falando). Os entrosados Léo e Réver nos dão segurança na zaga, sendo o segundo, em minha humilde opinião, o zagueiro em melhor momento no país. Além disso ainda temos o experiente Rafael Marques para o setor. Nas laterais, temos Joílson, ex-Botafogo, para a direita, Fábio Santos, Jadilson e Lúcio - nosso foguete recém-contratado de volta -, para a esquerda. Na volância, nosso alemão Adilson não deixa a desejar na marcação, e ainda contamos com a experiência de Túlio, também ex-Botafogo, a velocidade e garra de Makelele e o nosso bom volante William Magrão, que estará de volta em breve. Na meia-cancha, Tcheco e Souza, experientes e bons de bola, dão um toque de qualidade na equipe. Douglas Costa, nossa jóia da base, e o menino Mithyuê (aquele mesmo, do futsal), são opções mais jovens e mais velozes para o nosso meio. Além dos quatro, o meia canhoto ex-Ponte, Renato, foi contratado. Para o ataque, Maxi López, nosso herói de madeixas louras, seu compatriota Herrera, o também gringo Perea, Jonas, Ricardo (promessa vinda do Londrina), e o recém-contratado (ainda não 100% confirmado até o fechamento do texto) Leandro, ex-Flu e São Paulo, dão opções de sobra para o técnico Paulo Autuori montar o ataque. Para completar, nossos garotos da base: os goleiros Marcelo e Alessandro; os zagueiros Mário Fernandes, Thiego e Saimon; os laterais Sérgio, Spessatto e Bruno Collaço; os volantes Julio César e Maylson; o meia Isael; e o atacante Roberson.
Ufa, quanto jogador! E bons jogadores, por sinal. Somado a um técnico que traz na bagagem 1 Mundial, 2 Libertadores e 1 Brasileirão.
Agora, a pergunta é: Se o Grêmio tem um bom grupo, e um bom técnico, por que está no meio da tabela?
A resposta, caro amigo, está no título deste texto. Porque o Grêmio joga dois campeonatos: um em casa, onde é líder; e outro fora, onde é um dos rebaixados. No Olímpico, é vitória atrás de vitória: goleamos Flamengo, Corinthians, Cruzeiro, Atlético Paranaense, vencemos Gre-Nada; enfim, fizemos valer nossa invencibilidade em solo tricolor que já dura quase um ano. Longe do Rio Grande, aí sim é um tormento. Derrotas para Avaí, Coritiba, Sport e outros sub-times afins, minam nossas chances de voltar à Libertadores.
A torcida, por sua vez, se acomoda diante de tal situação. Comemora quando o time vence no Olímpico sempre cheio e em festa. E essa comemoração dura até o meio da semana, quando vamos jogar fora e levamos chibatada atrás de chibatada. Aí o torcedor percebe que o time não tem raça, não tem a garra dos pampas, a garra característica do Tricolor de Danrlei, Dinho, Arilson, Sandro Goiano! Só que essa reflexão de que nosso time precisa de algo mais só dura até o próximo jogo em casa, quando vencemos de novo, e tudo vira festa. E é esse ciclo vicioso que tem nos deixado sempre rodeando o meio da tabela, que não nos leva a lugar nenhum, senão à Copa do Brasil.
E é assim, perdendo nossas características, que, se ainda existentes em um falecido Grêmio Imortal, somadas à qualidade do grupo tricolor, trariam todas as taças para o Olímpico, que vamos nos conformando em ficar atrás de clubes sem expressão como Barueri, Avaí e Goiás.
Não pensei que viria um Grêmio assim. Já vi times ruins, mas no Grêmio, não me acostumei a ver times apáticos. Espero que os bons tempos voltem!
Filipe Rangel, Imortal Tricolor desde os quatro anos de idade.
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