A equipe campeã de 1995. Em pé da esquerda para a direita: Wellerson - Ronald - Sorley - Márcio Costa - Lima e Lira. Agachados: Aílton - Djair - Renato - Leonardo e Rogerinho
Já faziam nove anos que o tricolor não conquistava um título estadual. O último tinha sido em 1985 na campanha do Tricampeonato.
O Flu era conhecido como time de operários, dirigidos pelo técnico Joel Santana e como ídolo tinha apenas um jogador: Renato Gaúcho.
O campeonato foi disputado de maneira extremamente complicada, extendendo-se de janeiro a junho.
Era o ano do centenário do Clube de Regatas Flamengo. O rubro-negro e seus rivais se reforçaram para montarem equipes capazes de brigar pelo título. O Fla para conquistá-lo em seu ano comemorativo e os demais para impedir este feito.
O clube da Gávea trouxe da Espanha o artilheiro Romário que nunca havia marcado um gol no Fluminense, desde seus tempos de Vasco. Foram ainda contratados os zagueiros Válber e Jorge Luís, o lateral esquerdo Branco ( ex-Flu ) e ainda o vitorioso técnico Vanderlei Luxemburgo, bicampeão brasileiro pela equipe do Palmeiras.
O Flu trouxe os meias Djair e Aílton, tendo o segundo sido renegado pelo rubro-negro no início do ano, e o atacante Renato Gaúcho.
Vários acontecimentos marcaram o certame de 95.
Já em abril o atacante tricolor Leonardo era efetivado como titular no lugar de Ézio, pois vinha apresentando melhor desempenho nos treinos e jogos em que entrava; Romário declarava aos jornais de 20 de abril, explícitamente seus desentendimentos com o técnico Vanderlei Luxemburgo e, talvez por esse motivo, surgiam notícias do aliciamento rubro-negro ao técnico tricolor Joel Santana.
O Rio de Janeiro praticamente parou para a grande decisão, mais um inesquecível Fla x Flu que entraria para a história.
Alguns outros fatos eram noticiados: o goleiro tricolor Wellerson não levava gols a exatos 682 minutos; a torcida tricolor encarnava a paixão de Nelson Rodrigues pelo Flu e convocava o sobrenatural, junto ao túmulo do cronista, vestindo inclusive seu busto com a camisa tricolor além de boné e a bandeira do clube.
Na véspera da grande decisão, a torcida do Flamengo tentava prejudicar o sono do plantel tricolor na concentração do Hotel Luxor Continental, no Leme, soltando durante a madrugada inúmeros rojões (foguetes ).
O dinheiro gasto pelos torcedores rubro-negros com os foguetes foi na realidade jogado fora e não atingiu sua meta. Segundo os jornais, teria sido financiado pelos próprios dirigentes do Fla e soltados por componentes da torcida jovem.
A sensacional e inesquecível decisão aconteceu, Flu 3 x 2 Fla, com um gol de Renato Gaúcho "de barriga" no final do jogo, após grande jogada de Aílton pela direita. Na súmula do árbitro Léo Feldman foi lançado Aílton como autor do gol do título de 1995.
O jejum de títulos era quebrado após nove anos, em cima do eterno rival e, para marcar ainda mais a história, no ano da comemoração do centenário rubro-negro.
Fonte: flumania.com.br
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