quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A vitória da união


Antes de falar das gloriosas conquistas dos cariocas nesse Brasileirão, gostaria de relembrar alguns fatos. Tudo começou num Flamengo e Vasco, clássico de extrema rivalidade, em que Márcio Braga e Roberto Dinamite, presidentes dos respectivos clubes, sentaram lado a lado. Ali nascia um novo conceito de união e rivalidade. Em campo dois times lutando para vencer, e fora dele seus comandantes implantando um sistema de paz e união. Muitos criticaram a atitudes de ambos. É uma grande bobagem achar que torcedores dos clubes cariocas não podem estar juntos, visando o mesmo ideal em prol do nosso futebol.


O ano de 2009 não poderia ter sido melhor. Todos foram campeões. Cada qual com a sua grandeza. Onde muitos “adversários” torceram pelo bem do outro, para que houvesse o fortalecimento do futebol do Rio.


Foi lindo ver torcedores flamenguistas vibrando com os gols que salvariam Botafogo e Fluminense do rebaixamento. Isso eu vi e ninguém me falou! Foi uma vitória contra a ignorância.


Fiquei decepcionado ao ouvir de um botafoguense que disse torcer para seu time perder para o São Paulo (o que aumentaria as chances de rebaixamento do Alvinegro), pois ajudaria o Flamengo a ser campeão. Perguntei a ele: ”quer ver o São Paulo campeão pela quarta vez seguida e os cariocas passando mais um ano de vexames?” Por um instante ele refletiu, mas acabou reafirmando o seu desejo. Anti-Flamengo? Para mim é um infeliz com uma estrela solitária no peito.


A arrancada do Fluminense foi uma grande lição de vida e um exemplo de superação. Muito se fala de Cuca, que de fato foi extremamente importante para o Tricolor, mas na minha opinião a reação do time das Laranjeiras tem muito a ver com Fred. Dos pés do artilheiro é que saíram os gols e a motivação que o grupo precisava para reagir. Outro “jogador” responsável foi o torcedor. A recepção festiva e acolhedora no aeroporto após a goleada sofrida para a LDU, foi algo divino, capaz de ascender a motivação daqueles que poderiam ter perdido naquele jogo tudo que foi conquistado. A arrancada poderia ter parado naquela derrota, mas o grupo só se fortaleceu e foram devidamente reconhecidos como Guerreiros (sem as aspas e com letra maiúscula).


O Flamengo encontrou em Andrade o maestro de um grupo forte, mas que estava desgastado. Após a saída de Cuca, muitas coisas vieram à tona. Insatisfações, intrigas, acusações de falsidade, etc, foram questões pronunciadas pelos jogadores rubro-negros. Junto a importância do Tromba (como Andrade é conhecido) havia também Petkovit e Adriano, que foram os representantes de um grupo vencedor em todas as posições. Em todos os jogos havia um salvador. Seja nas defesas de Bruno, nos desarmes de Willians e Maldonado, na segurança de Álvaro e Airton, nas articulações de Juan e Léo Moura, na superação de Zé Roberto e por fim no gol de Ronaldo Angelim! Um grupo de superação e garra. Um time com cara de Campeão, aliás, Hexa!


Não poderia deixar de citar a volta do Vasco a primeira divisão. O Clube da Colina cumpriu sua obrigação, mas a fez de forma digna. Foi a vitória de um time que passou por uma grande transição política e que devido a grande turbulência, acabou sendo rebaixado. Não importa! Cresceu, se reergueu e reconquistou o respeito que só os grande têm. Esse é o Vasco versão 2010.


No próximo ano o Futebol Carioca terá uma nova cara. Terá o perfil de campeão brasileiro, de um futebol que sabe surpreender, que sabe retornar ao topo e principalmente daquele que deve ser respeitado, porque é forte, valente e tem a torcida que nenhum outro Estado tem. Esse é o futebol do Rio de Janeiro! Um verdadeiro vencedor e que está reconquistando o seu espaço.


Um forte abraço a todos.



Por William Von-Held

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